LPF foca na respiração de forma correta, auxiliando na manutenção da boa saúde, na performance esportiva e até mesmo na estética
Por Angelina Fontes
Conhecida como “técnica da barriga negativa”, o LPF (Low Pressure Fitness), vai muito além de exercícios voltados para a estética, sendo esta, na realidade, uma consequência da prática. Trata-se de exercícios com baixa pressão no abdômen, fundamentados na técnica da respiração diafragmática, que trabalham correção postural, vácuo abdominal e co-ativação de grupos musculares.
E, para quem não sabe, apesar de ser um ato automático, existe uma forma correta de respirar, a qual traz diversos benefícios para o corpo e para a vida. “A respiração e seu principal músculo de suporte, o diafragma, estão diretamente ligados a uma série de funções em nosso organismo como, por exemplo, a postura e os padrões de movimento”, explica Carol Lemes, embaixadora do LPF no Brasil. “Quando não temos um trabalho específico no diafragma, ele pode ficar mais rígido e isso afeta a maneira de respirar, repercutindo sobre outros músculos responsáveis pela estabilidade da coluna, como o chamado psoas, que liga a coluna lombar ao fêmur e influi na flexão e rotação do quadril”, acrescenta.
A especialista ressalta que a respiração adequada tem tudo a ver também com o melhor rendimento esportivo. “Se você tem um diafragma eficiente, vai conseguir aumentar sua capacidade pulmonar, a quantidade de oxigênio que você leva para os tecidos do seu corpo. Então, recorrer a técnicas que abordam um treinamento respiratório específico, melhorando o volume e o ritmo, certamente favorece essa performance”. Além disso, a respiração correta pode impactar até mesmo a estética, especialmente na busca daquela barriga sequinha e com tudo no lugar. “Tanto o transverso do abdômen como músculos oblíquos internos e externos, reto abdominal e o períneo, são músculos expiratórios, ou seja, ativam e contraem no momento em que você solta o ar. Se você tem um volume expiratório muito curto, não está ativando essa musculatura de maneira ótima”, revela Carol. “Apenas por manter uma frequência respiratória adequada, você já está trabalhando esses músculos abdominais de uma maneira mais eficaz durante todo o período do seu dia”, completa.
Respira e não pira
Então, é hora de sair do automático “inspira e expira” e começar a prestar atenção no processo como um todo. De acordo com a fisioterapeuta e instrutora licenciada de LPF, Isabela Siuves, o ato de respirar vai muito além do puxar o ar pelo nariz e soltar pela boca. “Respirar é complexo e, quando respiramos, o corpo todo respira junto. Sendo assim, quando a pessoa respira melhor, consequentemente o corpo funciona melhor e temos uma série de benefícios”, explica.
Ela explica que o LPF é um inovador sistema de treinamento postural e respiratório , que utiliza o conhecimento das rotas fasciais para uma maior ativação dos músculos do CORE, proporcionado aos praticantes a regulação do tônus basal e a normalização da pressão intra-abdominal. ”Além da resposta estética na faixa abdominal, com a melhora do tônus dos músculos abdominais e redução de até 12 cm de circunferência abdominal, a prática regular e sistemática do LPF promove outros benefícios como melhoria de dores na coluna, do funcionamento intestinal e do desempenho esportivo; é excelente na prevenção e auxílio no tratamento de incontinência urinária por esforço e acelera a recuperação pós – parto, ao promover o fechamento da diástase abdominal e recuperar a função dos músculos pélvicos”, explica.
Ela conta que a prática pode ser feita por qualquer pessoa após uma completa avaliação. Basta ter disposição, um tapete de yoga ou colchonete e um espaço suficiente para a prática dos movimentos. E, ao contrário do que muita gente pensa, as aulas de LPF, que duram de 30 a 60 minutos, devem ser exclusivas do método e não integradas às práticas de pilates ou yoga, para que os alunos possam alcançar total benefício. “É uma modalidade diferente, com organização e posturas próprias. Geralmente, os alunos fazem aulas uma ou duas vezes na semana e sempre passo “para-casa” de 5 a 10 minutos para serem feitos nos demais dias em casa, para aumentar a percepção do aluno sobre o método. Mas, logo nas primeiras aulas, percebe-se uma melhoria muito grande na qualidade do sono, no funcionamento intestinal e, com isso, muito mais disposição e energia”, garante Isabela.
A instrutora conta que descobriu o LPF após o parto, quando queria tratar a diástase. “Eu praticava o pilates, mas queria incrementar e acelerar o processo e foi aí que descobri o LPF. No entanto, naquela época, não encontrei instrutores e, então, decidi fazer o curso e me apaixonei pelo método”, diz ela que também é instrutora de pilates e ensina as duas modalidades em aulas distintas presenciais e online.
Por último, e não menos importante, vale ressaltar que aquela antiga sabedoria popular de que respirar corretamente acalma, é verdade. E o LPF foca nisso, explorar a capacidade de respiração do praticante para, enfim, poder trabalhar todo o corpo, desde a parte física até a mental, proporcionando mais saúde e bem-estar.