Viajar sozinho gera benefícios para a saúde mental

Foto: Canva

Por Daisy Silva e Isabella Alvim

Seja para a praia, para o campo ou para uma cidade grande, embarcar em uma nova jornada é uma oportunidade única de crescimento pessoal. Um estudo da University College de Londres (UCL), no Reino Unido, publicado na revista científica “Transport & Health”, relata que viajar faz bem para a saúde e que, quanto maior a distância e variedade dos destinos, melhor.

Explorar novos lugares e conhecer culturas é libertador, mas o medo de viajar sozinha às vezes pode ser maior que o lado aventureiro. Janaína Fidelis, psicóloga e especialista em Carreira, Liderança e Saúde Mental no Trabalho, relata que, quando nos aventuramos em destinos desconhecidos, nós nos confrontamos com desafios e situações que nos exigem muita flexibilidade e adaptabilidade, competências importantes para a vida e mercado de trabalho. “Viajar sozinha pode ser uma experiência transformadora, estar em outro lugar sem a presença de familiares e amigos próximos nos força a confiar em nós mesmos e a tomar decisões independentes. Essa autonomia fortalece nossa autoestima e autoconfiança, mostrando que somos capazes de enfrentar qualquer desafio que a vida nos apresente”, explica. 

janaína fidelis, psicóloga e especialista em Carreira, Liderança e Saúde Mental no Trabalho. cRédito: letícia mansur

Emancipada aos 16 anos, a estudante de jornalismo Ariane Correia pegou sua mochila e foi se aventurar sozinha pela América do Sul, conhecendo a Argentina, Bolívia, Chile, Paraguai e Peru. Ela relata que esta foi a melhor experiência da sua vida e que o fato de estar sozinha gerou uma liberdade maior para ela. “Como eu era muito nova, tinha acabado de me emancipar, pude colecionar experiências que me faziam questionar sobre o que eu queria para minha vida futuramente. Além disso, foi ótimo para minha saúde mental e tive a oportunidade de me conhecer, saber dos meus sonhos, da diferença que eu posso fazer para o mundo”, relembra. A estudante ficou tão satisfeita com a experiência que já planeja uma nova aventura: um mochilão completo pela Europa.

Para além de todos esses benefícios pessoais que a autoexploração da viagem solo nos traz, a exposição à diversidade de outras culturas nos torna mais abertos e empáticos. “Viajar nos permite adquirir novos conhecimentos e habilidades que podem ser aplicados em nossas carreiras e nos tornar profissionais mais versáteis e inovadores. Eu encorajo a todos a explorar o mundo, se aventurarem em novos horizontes e abraçar essas experiências que podem ser inovadoras”, afirma Janaina.

Mais uma história inspiradora para quem deseja viajar só é a da psicóloga Laiane Souza, ela define sua experiência como transformadora. “Se eu pudesse resumir em uma palavra a minha viagem, essa palavra seria: transformação. Sempre fui uma pessoa que pensa muito antes de tomar alguma decisão, mas quando a ideia de fazer um intercâmbio surgiu em minha mente, eu apenas segui o meu coração e foi a melhor coisa que eu fiz por mim em toda a minha vida”, conta. 

Laiane souza, psicóloga, embarcou sozinha para Malta para realizar um intercÂMBIO. CRÉDITO: ARQUIVO PESSOAL

Laiane ressalta que antes da partida se deparou com o medo do novo, a angústia de deixar as pessoas que ama, a insegurança devido a ir sozinha, por não ser fluente no inglês e o receio de não conseguir lidar com as dificuldades que poderia enfrentar. “Ao chegar, algo já estava diferente em mim, a transformação já estava acontecendo. Durante essa trajetória, precisei lidar com situações as quais nunca tinha vivenciado, como o preconceito com o estrangeiro, a falta de arroz e feijão, a dificuldade de adaptação em relação ao fuso horário e uma saudade indescritível das pessoas que ficaram. Experimentei comidas as quais jamais imaginei ter coragem de comer, por exemplo, o coelho, e vivenciei o famoso topless. É incrível imergir em culturas diferentes, conhecer pessoas de outras nacionalidades, se desenvolver em outro idioma, experimentar verdadeiramente o novo e assim perceber que a diferença não separa, mas ela transforma e liberta”, relata. 

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Viajar, seja sozinho, seja com amigos, é incrível! De acordo com Patrícia Guedes, fundadora do site Passagens Imperdíveis, os voos flexíveis são uma boa opção para quem planeja uma viagem de férias, ficar até 30 dias em um determinado lugar e quer economizar. Nessa modalidade, o turista precisa estar ciente de que a data do embarque e/ou do desembarque pode sofrer alterações de no máximo 24 horas. A vantagem é encontrar passagens aéreas por preços bem mais interessantes do que os valores pesquisados em uma primeira busca.

patrícia guedes, fundadora do passagens imperdíveis. Crédito: divulgação

Com a flexibilidade, o passageiro precisa se planejar para a possibilidade de viajar no dia anterior ou no dia seguinte às datas do bilhete comprado, tendo em vista que a permanência no local de destino não será afetada. Para Patrícia Guedes, a modalidade beneficia quem pode desapegar da rigidez do relógio. “Geralmente, quando viajamos a lazer, ficamos mais desapegados da necessidade de cumprir horários. Então, desde que a pessoa se planeje com antecedência, os voos flexíveis são uma ótima alternativa para pagar mais barato no traslado. O valor economizado pode ser muito mais bem aproveitado em passeios turísticos durante a viagem”, diz.