Mitos e verdades da fertilidade

Dra. Leci Amorim. Crédito: Divulgação

Por redação Revista Diversa

Quando o assunto é fertilidade feminina e masculina, dúvidas e questionamentos de todo tipo são muito frequentes. Quem opta por pesquisar o assunto na internet vai se deparar com um universo de informações que, muitas vezes, pode gerar ainda mais incerteza.  A ginecologista e especialista em reprodução assistida da Huntington Pró-Criar, Dra. Leci Amorim, alerta que, em caso de dúvida, a melhor opção é sempre conversar com o médico. O especialista esclarece abaixo alguns dos principais mitos e verdades sobre o tema. Confira:

A culpa da infertilidade é sempre da mulher?
Não. Isso é um mito muito comum na sociedade, mas 40% das causas de infertilidade são relacionados a fatores femininos, outros 40% são relacionados à causa masculina e os 20% restantes são relacionados à infertilidade combinada do casal.

O relógio biológico é o maior inimigo da fertilidade?
Sim, é verdade. Após os 35 anos, as chances de gravidez mensal começam a diminuir de forma acentuada, principalmente por causa da redução na qualidade dos óvulos.

O tabaco prejudica a fertilidade?
Sim, tanto o tabaco quanto o álcool e outras drogas prejudicam a fertilidade de homens e mulheres. Nos homens, pode comprometer a locomoção dos espermatozoides e alterar sua morfologia. Nas mulheres, pode diminuir a qualidade dos óvulos.

O uso da pílula anticoncepcional reduz a fertilidade das mulheres?
Essa é uma dúvida bastante comum, mas não é verdade, é mito. A maioria das mulheres, após interromper o uso da pílula, retoma sua fertilidade imediatamente. Além disso, a pílula pode até ajudar a proteger a fertilidade, diminuindo a evolução da endometriose, por exemplo.

Congelar óvulos é uma boa alternativa para quem decide postergar a gravidez?
Sim, isso é verdade, já que a chance de gestação está relacionada à idade da mulher. Por exemplo, se ela resolve congelar os óvulos aos 30 anos e depois decide engravidar aos 38, e não tem sucesso, essa mulher pode usar os óvulos congelados com maior chance de gravidez, já que essa probabilidade está relacionada à idade em que foram congelados. Essa também é uma alternativa bastante interessante para pacientes que precisam postergar a gestação em função de alguma doença a ser tratada, como pacientes com câncer, por exemplo. Assim, pode ser feita a preservação da fertilidade, ou seja, congelar óvulos ou espermatozoides, para serem utilizados numa gravidez após o tratamento dessa doença.

É possível fazer fertilização in vitro depois de ter feito laqueadura?
Sim. Aliás, esta é praticamente a única forma de uma mulher que fez laqueadura engravidar, a menos que ela faça uma cirurgia de reversão da laqueadura. No entanto, as chances de restabelecimento total da fertilidade são menores do que nos casos de reversão da vasectomia, que é feita no homem. A fertilização in vitro só é possível após a laqueadura porque, neste procedimento, o óvulo é fecundado pelo espermatozoide fora do corpo da mulher, ao contrário do que acontece na inseminação artificial, em que a fecundação ocorre diretamente na tuba. Dessa maneira, o sucesso da fertilização vai depender apenas de fatores externos, ligados à idade da mulher, à qualidade dos óvulos e dos espermatozoides coletados, bem como do endométrio da paciente.