Por Daisy Silva
Paixão, ousadia e excelência musical. Três palavras que definem a trajetória da Orquestra Ouro Preto, que celebra 25 anos de história. Ao longo dessas décadas, o grupo mineiro se tornou referência nacional e internacional, transformando o cenário musical brasileiro ao unir a tradição da música de concerto com novas e surpreendentes abordagens artísticas.
A reportagem da Revista Diversa foi convidada a viajar até Ouro Preto para conhecer de perto as raízes da Orquestra. Em um encontro caloroso, mesmo sob a chuva que deixou a cidade ainda mais charmosa, fomos recepcionados com um café especial na casa dos pais do maestro Rodrigo Toffolo, Marília e Ronaldo Toffolo. Foi ali, naquele ambiente acolhedor, que conhecemos mais sobre a história do grupo e o local onde tudo começou.
No Teatro Municipal Casa da Ópera, o maestro Rodrigo Toffolo, regente titular e diretor artístico da Orquestra Ouro Preto, anunciou os próximos projetos do grupo, entre eles uma ópera inspirada no livro Feliz Ano Velho, de Marcelo Rubens Paiva. O livro, lançado em 1982, é um dos maiores sucessos da literatura brasileira e traz um relato autobiográfico do autor, que, aos 20 anos, ficou tetraplégico após um acidente na piscina. A obra, que mescla drama, humor e reflexões sobre juventude e superação, será levada aos palcos em uma adaptação inédita da Orquestra.
Programação comemorativa
As celebrações pelos 25 anos da Orquestra já começaram. No dia 21 de março, foi lançado o 22º álbum do grupo, Orquestra Ouro Preto: Villa-Lobos, Piazzolla e Mehmari, que reúne interpretações de grandes compositores brasileiros e internacionais. O álbum já está disponível nas principais plataformas digitais.
Já no domingo (23), a Orquestra inicia a nova temporada da série Domingos Clássicos com um concerto especial em homenagem ao compositor e bandoneonista Rufo Herrera. O espetáculo contará com a participação do Quinteto Tempos, grupo fundado por Herrera há mais de 30 anos. Aos 92 anos, o mestre argentino emocionou o público ao tocar bandoneon no tango El Choclo, de Ángel Villoldo, durante a apresentação realizada na Casa da Ópera. Herrera, conhecido por sua rigidez como professor, foi uma influência marcante na formação dos irmãos Ruffalo, músicos que também integram a Orquestra.
Além dessas apresentações, a turnê comemorativa levará a Orquestra Ouro Preto a diversas cidades do Brasil. Entre os destaques está um grande concerto gratuito do espetáculo Valencianas, com Alceu Valença, programado para acontecer na Praça da Liberdade, em Belo Horizonte, no dia 26 de junho.
“Esses 25 anos foram de desafios e surpresas constantes. Nunca nos acomodamos. Desde o início, com um grupo formado por irmãos e amigos, não imaginávamos que chegaríamos tão longe, mas sempre acreditamos na força da música e no poder dos grandes encontros”, destaca Rodrigo Toffolo.