Voos da Copa Airlines geralmente fazem conexão na Cidade do Panamá e, para quem tem muitas horas por lá, vale a pena sair do aeroporto e explorar ao máximo
Por Angelina Fontes
A Cidade do Panamá, estrategicamente localizada entre o Brasil e os Estados Unidos, é um lugar que recebe, diariamente, milhares de turistas. No entanto, a grande maioria são pessoas que estão ali durante alguma conexão, aguardando um próximo voo. Porém, algumas dessas conexões são longas o suficiente para dar aquela escapulida e explorar um pouco esta bela cidade. Por duas vezes tive a oportunidade de fazer isso enquanto aguardava meu próximo voo da Copa Airlines, entre San Francisco e Belo Horizonte. Na primeira vez, optei por um passeio guiado, e, na segunda, decidi passear sozinha, no meu ritmo. Veja aqui o que fazer durante conexão na Cidade do Panamá e, quando tiver esta chance, não deixe de aproveitar.
Visita guiada pela Cidade do Panamá
Na minha primeira longa conexão em Panama City, ainda marinheira de primeira viagem, optei por comprar um passeio guiado no guichê do aeroporto de Tocumen. Paguei $65 por um roteiro de cinco horas com outras cinco pessoas. O passeio é feito em uma van que percorre os principais pontos turísticos da cidade e faz um rápido pit stop em locais de interesse, como o Canal do Panamá e Casco Viejo. Porém, não gostei muito desta opção, pois, as demais pessoas que estavam na van comigo não quiseram pagar para visitar o canal e acabei tendo que fazer aquela entrada à jato, somente para ver a vista, sem nem mesmo poder assistir ao filme que conta a história daquela incrível construção. Saí de lá com a sensação de que nem fui. Então, se esta for sua opção, vale combinar com os demais turistas antes de comprar o tour.
O tour geralmente passa também por um mercadinho de produtos artesanais, com diversas lojinhas vendendo os mesmos produtos pelos mesmos preços. Então, a dica é não perder tempo rodando. Compre seu souvenir na primeira delas e ganhe tempo em outros lugares. Seguindo viagem, a próxima parada é na baía, onde fica o letreiro ‘Panamá’ e um shopping com lojas duty free(porém, com preços infinitamente mais caros do que nos EUA o que, para mim, que moro aqui, não vale a pena). No entanto, vale a visita. E, logo ali em frente está a rodovia Amador, de onde se tem uma linda vista de toda a cidade e seus arranha-céus. Lugar lindo e gostoso para uma boa caminhada para aqueles que forem com mais tempo.
Próxima parada: Casco Viejo, a cidade antiga que, diga-se de passagem, foi a parte que mais gostei. É lá que fica o famoso Mercado de Mariscos, onde paramos rapidamente e eu, sem titubear, me atraquei em um bowl de ceviche feito com pescado do dia. Maravilhoso! Mas o mercado fica bem cheio e não tem um aspecto muito limpo, apesar de valer a visita. Por fim, passamos pelo centro financeiro, bem moderno e limpo e, boom: de volta ao aeroporto de Tocumen.
#FicaADica: para quem não quiser fazer o tour pela cidade mas quiser sair um pouco do aeroporto sem gastos extras, tem um serviço de shuttle que leva os passageiros a um shopping, o Metromall, que fica ali pertinho, cerca de 10 minutos. O shopping é bem bacana, com boas lojas e uma grande praça de alimentação.
Cidade do Panamá no meu ritmo e de Uber
Já na minha segunda longa conexão na Cidade do Panamá optei por fazer os passeios por minha conta, assim poderia ir aonde quisesse e ficar o tempo que quisesse, afinal, minha conexão era de 12h.
#FicaADica: sempre lembrem de computar o tempo das conexões, incluindo imigração, raio-x, transporte e possíveis imprevistos que podem acontecer. Eu sempre tiro umas 4h para tudo isso, portanto, eu tinha 8h livres!
Desta vez, minha primeira parada foi no Canal do Panamá. Para se ter uma ideia, paguei $22 de Uber pela viagem que leva uns 35 minutos. Já o tíquete de entrada em Miraflores, incluindo o ingresso para o cinema, que conta a história do Canal, custa $15. Vale destacar que o filme é exibido com horário marcado, então, ao chegar, procure saber se há alguma embarcação passando pelo canal e se há tempo hábil de ir ao deck de observação antes do filme começar ou se é preferível fazer o inverso. Eu dei sorte de chegar lá bem na hora em que um navio cargueiro estava passando. É incrível ver o funcionamento das eclusas e como tudo é calculado com tanta precisão. Levou cerca de 30 minutos para que o cargueiro passasse por lá e seguisse viagem sentido Atlântico.
Já o documentário “Panamá Canal – a land divided a world united” tem 45 minutos de duração e conta a história do canal desde quando o projeto foi idealizado até a recente ampliação e o funcionamento das esclusas. O filme é narrado pelo incrível Morgan Freeman. Vale cada minuto.
Casco Antiguo, o melhor cantinho da cidade
Saindo do canal, peguei outro Uber até Casco Antiguo ($5.5 pela rápida viagem), onde passei a maior parte do meu tempo. O distrito, protegido pela Unesco, é formado por construções coloniais e ruas de tijolinhos bem estreitas, as quais lembram bastante cidades históricas brasileiras, como Ouro Preto, Diamantina e Tiradentes, com a diferença de que Casco Viejo está localizado em uma península que adentra o Pacífico. Várias ruelas nos levam até a beira do mar, onde a brisa e aquele cheirinho do oceano nos fazem querer passar o restante das horas ali, contemplando.
Casco Antiguo é onde está o burburinho. Restaurantes e bares com mesinhas na calçada ou nos rooftops acolhem os turistas, que se protegem do sol forte debaixo dos ombrelones, enquanto degustam um ceviche acompanhado de uma cerveja ou um mojito bem gelado.
Nas ruelas, dezenas de lojas de artigos artesanais atraem os turistas loucos pelos coloridos souvenirs e, claro, pelo famoso chapéu do Panamá que, apesar de ter origem equatoriana, pode ser encontrado por toda a esquina e com preços de $15 a $800!
Casco Antiguo é uma aérea bem pequena, então é possível, em poucas horas, caminhar por todas as ruelas, visitar a Catedral Metropolitana e as igrejinhas de belas fachadas do século XVII, entrar em várias lojinhas e caminhar por parte da Cinta Costeira.
Como da primeira vez eu já havia ido ao Mercado de Mariscos, desta vez optei por sentar em um simpático restaurante que me deparei no caminho, Finca del Mar. Ambiente super agradável, com balanços na bancada do bar, mesinhas ao ar livre e música latina ao fundo. Decidi repor minhas energias ali mesmo. Sentei sozinha no bar e, claro, pedi um ceviche e uma cerveja panamenha gelada, a Atlas, bem suave e saborosa.
Nas poucas horas que me sobravam, peguei mais um Uber e fui até Panama Viejo ($4.5), onde ficam as ruínas da Cidade do Panamá original, que foi abandonada em meados do século XVII e substituída pela nova cidade. No sítio arqueológico, estão ruínas de uma cidade que, por 152 anos, sobreviveu a rebeliões de escravos, incêndios e terremotos. A parte mais bacana é a torre da cathedral, onde podemos subir e ter uma bela vista de Panama Viejo e, ao fundo, os modernos arranha-céus. A entrada custa $15 e pode-se percorrer o local a pé ou de shuttle. Como a maioria das ruínas são bem próximas umas das outras, desci de shuttle até a cathedral e fui subindo a pé de volta.
De lá, já era hora de voltar para o aeroporto ($9.2 de Uber do Panamá Viejo ao aeroporto) e seguir viagem até a Califórnia. E olha, essas duas conexões foram ótimas por dois motivos: o primeiro foi dar aquela quebrada naquele sentimento de coração partido por estar voltando do Brasil. O segundo foi deixar com gostinho de quero mais. O Panamá é um país muito bonito, de natureza exuberante, praias tanto no Pacífico quanto no Atlântico, comida deliciosa e povo prá lá de simpático.
#FicaADica: brasileiros visitando o Panamá devem ter em mãos o cartão de vacina contra a dengue e, sim, me pediram para vê-lo em minhas duas visitas. E não, não precisamos de visto para visitar o país.