No retorno à vida social, muitos se perguntam o que vestir e questionam se ainda podem usar os lançamentos do verão passado. Especialista conta como montar looks para não ficar fora de moda pós-pandemia
Da redação
Durante a pandemia, uma parte da população precisou repensar suas prioridades. Em meio ao corte de despesas, devido à instabilidade econômica, 43% dos brasileiros passaram a comprar menos roupa, contra 13% que compraram mais, de acordo com uma pesquisa da CNI (Confederação Nacional da Indústria). Boa parte das pessoas que permaneceu em casa durante a pandemia está começando a retomar sua vida social e o trabalho presencial. Principalmente agora, com a nova variante Omicron que, segundo especialistas, pode marcar o retorno à normalidade. Diante disso, é comum que surjam dúvidas sobre o que fará ou não parte da moda pós-pandemia. “Será que essa peça ainda está em alta? No que devo apostar agora? Como posso aproveitar itens que ficaram esquecidos no armário?” Pensando em auxiliar nessas questões, Karla Silva, consultora de lifestyle e co-fundadora da BK Concept Store, boutique de luxo em Florianópolis (SC), separou dicas para você sair de casa confiante e de visual renovado.
Confortável com elegância: a tendência que veio para ficar
De acordo com uma pesquisa do Google Trends, as buscas por pijamas e roupas mais confortáveis subiram 142% durante a pandemia. “Visto que a maioria das pessoas estava distante do convívio social e trabalhando no formato home-office, a opção por roupa confortável gerou uma onda de novos looks. Peças como abrigos, roupas esportivas, de moletom, caíram no gosto das pessoas e passaram a ser ofertadas em versões elegantes, de modo a aliar conforto e estilo”, explica Karla. “Um exemplo é a calça modelo cenoura, que já era fashion e agora se apresenta com punho e cós de elástico para deixar as pessoas mais à vontade; outro exemplo de chique despojado são os abrigos em plush”.
Além desses exemplos, um outro ponto para ser destacado é de que as mulheres deixaram o salto de lado e passaram a usar mais tênis para compor seus looks no pós pandemia. Agora, é muito mais comum que vejamos as consumidoras montando looks formais com tênis e calçados baixos e que a necessidade do salto alto seja deixada cada vez mais de lado, nesse retorno.
Propostas que continuam em alta
Se você aderiu aos lançamentos de coleções passadas e teme não poder usá-las mais, não se preocupe. “Algumas apostas que ganharam destaque nos verões passados seguem como excelentes opções, entre elas, temos as mangas bufantes e as cores neon, com destaque para o verde limão, uma tendência que promete chegar com tudo no verão europeu de 2022”, revela a empresária.
A terceira peça é a chave da versatilidade
Em cima de um look básico como blusa e saia, ou camisa e calça, ou mesmo um vestido, usar uma terceira peça confere variedade e levanta o visual. “A terceira peça é sempre bacana porque pode ser utilizada em uma série de looks com diferentes propostas. Pode ser uma saída de praia, uma camisa e até mesmo uma peça para ser usada em cima de uma t-shirt”, aponta Karla. “As pessoas deveriam apostar mais em peças como casacos, cardigans, jaquetas, parkas. Essas peças transformam o look e, por isso, se tornam verdadeiros ‘coringas’ no armário”, complementa a especialista.
Peças atemporais
Segunda Karla, a dica mais valiosa é “adquirir peças atemporais, aquelas que não envelhecem, que são sempre um clássico no guarda-roupa e reaparecem ano após ano, com mudanças sutis, nos lançamentos de coleções. Mas é fundamental que estejam sempre alinhadas com a personalidade de cada um”.
“Na minha visão, a moda em si não mudou. As pessoas é que passaram a se planejar melhor na hora de adquirir uma determinada peça. Aliás, essa é uma proposta que estamos estimulando cada vez mais na BK. Orientar as pessoas a apostarem em peças atemporais, com materiais de maior qualidade e que, consequentemente, resultam em uma maior durabilidade”, explica Karla.
Personal Stylist: investindo em autoconhecimento
A cada troca de estação, há também a necessidade de se rever o guarda-roupa, doar peças, fazer a famosa “limpa” para ter uma coleção mais útil, atual e organizada. Um(a) profissional que muito agrega nesse processo é o/a personal stytlist ou consultor(a) de imagem. “Para quem possui muitas peças, aconselho demais esse investimento, pois estamos falando de um(a) especialista que irá direcionar, entre uma série de outras coisas, qual roupa seria mais bacana para cada biotipo e quais cores favorecem determinados tons de pele”, destaca Karla.
Consumo consciente: a favor da sustentabilidade e da economia doméstica
Em decorrência da pandemia, a necessidade do consumo consciente, de evitar desperdício e não onerar o orçamento nunca esteve tão presente. “Estimulando as pessoas a realizarem compras mais assertivas, de acordo com o que atende as necessidades de cada um, estamos evitando o acúmulo de peças abandonadas no guarda-roupa.”, conta a empresária que recentemente criou a Chiqueria Sustentável, um corner na loja BK onde peças de luxo semi-novas podem ser ressignificadas e ganhar um novo destino evitando o descarte.”